Como se constrói uma sociedade
- academiaalhgim
- 5 de ago.
- 4 min de leitura
*Darkio Douglas Fazolo

Dificilmente poderíamos afirmar que exista uma fórmula ou receita de como
construir uma sociedade perfeita ou que seja próximo disso, mas a constante busca por
essa sociedade ainda é o Graal da existência humana. Um detalhe interessante são as
formulas criadas para este fim como no cinema o filme “O doador de memórias” ou a
série “Divergente, Convergente e Insurgente”, um controle natural ou uma manipulação
sócio cultural por meio do celebre estado de consciência. Mas, por que analisar isso a esta
altura da existência humana, ou ainda em que sentido isso pode construir uma sociedade?
Para melhor entender o que vem por aí nesta longa estrada da vida, é importante
buscar respostas, ou melhor, se produzir explicações. Repetimos o mesmo teatro todos os
dias em nossa vida, retrocedemos e evoluímos constantemente, a moda vai e vem, enfim
a falta de criatividade acaba por nos remeter a velhas ideias e daí evoluímos novamente
e modificamos velhos hábitos, ou seja, assim reconstruímos uma sociedade todos os dias.
O que tange na realidade este argumento não é como se constrói, mas o que se
constrói. Margaret Mead (1939), disse que: “A solução para problemas dos adultos de
amanhã depende grande parte da forma como os nossos filhos crescem hoje”. Percebemos
que por mais uma vez reafirmamos que o nosso futuro está ligado ao jovem, ao novo, a
quem herdará nossa sociedade, criança hoje, jovem na sequência e adulto do futuro.
Construir uma sociedade é um processo contínuo e coletivo, que vai muito além
da criação de estruturas físicas ou da elaboração de leis. Uma sociedade se forma a partir
das relações humanas, dos valores compartilhados, das instituições que sustentam a
convivência e, sobretudo, da participação ativa de seus cidadãos. Cada indivíduo é ao
mesmo tempo parte e agente dessa construção, um tijolo que sustenta e um arquiteto que
molda. A educação é o alicerce fundamental. É por meio dela que se desenvolve o
pensamento crítico, a consciência social e a capacidade de transformar o mundo. Uma
sociedade que investe em educação constrói não apenas profissionais, mas cidadãos
capazes de questionar, propor e agir. Como dizia Paulo Freire, “educação não transforma
o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” A cultura também
desempenha papel essencial. Ela é a expressão viva da identidade coletiva, formada por
tradições, linguagens, crenças e manifestações artísticas. A cultura une, inspira e dá
sentido à convivência, criando laços que vão além da lógica e da razão.
Outro pilar indispensável é a justiça. As leis e instituições devem garantir direitos,
punir abusos e promover equidade. Sem justiça, a sociedade se fragmenta, e o sentimento, de pertencimento se dissolve. A construção de uma sociedade justa exige compromisso
ético e vigilância constante contra desigualdades e opressões.
A participação cidadã é o motor da transformação. Democracia não se resume ao
ato de votar, ela exige envolvimento, diálogo, fiscalização e proposição. Uma sociedade
saudável é aquela em que seus membros não se limitam a observar, mas se engajam,
questionam e colaboram para o bem comum. Por fim, a solidariedade e a empatia são os
laços invisíveis que sustentam qualquer sociedade. O cuidado mútuo, a capacidade de
reconhecer a dor alheia e o desejo de construir juntos são atitudes que fortalecem o tecido
social e tornam possível a convivência harmoniosa.
Bem, partindo destas observações conseguimos elucidar o tamanho da
responsabilidade que temos em nossas mãos, a construção de uma sociedade. Se não
começarmos a instruir nossos jovens, nos preocuparmos com eles e daí dar a eles o
verdadeiro sentido para a formação desta sociedade, os maiores condenados seremos nós
mesmos. Certamente somos vítimas de nossas próprias ações, o termo faz refletir “A mão
que balança o berço, é a mão que governa o mundo”, tema de um grande filme clássico
de 1991, e seu título já sugere a dimensão do que propomos na construção de uma
sociedade.
Para que se construa uma sociedade melhor, mais evoluída devemos aprender com
nossos erros do passado, corrigi-los no presente e investir no futuro, nossos jovens
herdarão o amanhã, e farão dele a nova sociedade, e através delas construirão uma outra
sociedade e por assim em diante como fizeram nossos antepassados. Não há uma fórmula
perfeita, é apenas a base do que já foi vivido, o que já foi experimentado. Uma sociedade
se constrói pelas vivências e experiências empíricas, e por meio delas que estratificamos
o melhor do ser humano, ser sociável que vive em comunidade, que se organiza e
raciocina, evolui constantemente, ser pensante, raça politicamente elucidada, porém gosta
de repetir erros do passado, que tem memória curta, que sofre os mesmos dilemas e insiste
em revivê-los de geração em geração.
A sociedade que iremos construir, será fruto do que vivemos hoje, será o preço
que pagaremos pelos atos do agora, as práticas do hoje serão colhidas no amanhã, “Tudo
que fazemos na vida, ecoa na eternidade”, há utopia sonhada não está longe, só é mais
difícil de ser alcançada, não se planta uma árvore de frutos hoje e se colhe dela hoje, é
necessário todo um processo e um cuidado para que ela frutifique amanhã. Nossa
juventude está plantada, e se o cuidado com ela não for remediado a tempo podemos
prever, mas nunca saber o que realmente iremos colher da sociedade que construímos.
Um bom conselho para projetar esta nova sociedade seria o diálogo, incentivo a prática
do conhecimento, e a busca constante pela sociedade igualitária, evoluída e moderna.
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Darkio Douglas Fazolo é Professor de História, Filosofia, Sociologia, Pedagogia e
Biologia, Publicitário e Especialista em Gestão Educacional, Educação Especial e
Inclusiva, História e Cultura Afro-Brasileira, Filosofia e Sociologia e Especialista em
TIC’s EB e História e Cultura do Brasil contemporâneo e Especialista em Maçonologia -
História e Filosofia. Micro empresário do ramo da comunicação com a empresa Ideativa
Comunicação. Membro Mestre Instalado e ativo da Loja Maçônica Templários do
Caparaó nº 92 Or. de Ibatiba/ES da GLMEES e Membro Efetivo da Academia Maçônica
de Letras do Leste de Minas-AMLM. Alquimista Perpetuo e Grão Arquemeistre do SSCU
AMOA - Ordem dos Alquimistas, Cavaleiro e Acadêmico na SCOOIB.
Acadêmico Efetivo da Academia de Letras, História e Genealogia da Inconfidência
Mineira. Fundador e Titular da Cadeira Perpétua nº XXVIII. Patrono: Frei Raymundo da
Anunciação Penaforte.


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