A ILUMINAÇÃO
- academiaalhgim
- 1 de ago.
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* Darkio Douglas Fazolo
Ao remeter o termo iluminação percebemos a presença de luz, ou que remete a ideia de algo claro, límpido e muita das vezes sublime. Platão ao criar o Mito da caverna que em suma é uma metáfora criada pelo filósofo grego, que consiste na tentativa de explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos e o que seria necessário para atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima dos sentidos. Ao se decidir sair da caverna ele se depara com a iluminação com a luz do mundo.
Ao remeter esta iluminação como sendo fruto da busca constante pela verdade, a verdade que buscou Descartes, traduzimos este momento em conhecimento, ou também usado no período iluminista como a iluminação do homem como sendo assim a abertura para a busca da verdade, ou receber por si a iluminação, “o conhecimento” entre outros a transição de teocentrismo para o antropocentrismo.
Ao se deparar com a verdade e sua busca constante por uma verdade absoluta, encontramos desafios, dos quais muitas das vezes não estamos preparados para encarar ou se quer sabemos como lidar com suas peculiaridades. É muito frustrante entender que somos leigos, imaturos e incompletos para encarar o percurso, todavia quanto mais sábio é o homem melhor ele consegue se desvencilhar dos desafios.
Temos por Iluminação que é um conceito teológico presente em todas as religiões relacionado à revelação espiritual, ao entendimento profundo da mente divina e do significado e propósito de todas as coisas, à comunicação direta com a divindade, ou ainda a um estado alterado da consciência onde tudo é percebido como uma unidade.
Diante de tal exposto percebemos que a iluminação está ligada a algo superior e ainda como se percebe é algo que vem de uma intensa profundidade e relevância a que temos acessibilidade, mas não a compreensão, a de perceber ainda que a iluminação é algo que ofusca os olhos, que incomoda e causa insatisfação, pois a ignorância repele o que incomoda e causa repulsa, como o conhecimento.
Não existe ainda uma fórmula perfeita da verdade, ou uma verdade absoluta, a busca é constante e desafiadora, o que permeia a constante busca do conhecimento ou da iluminação.
Com o passar dos anos vemos que a evolução trouxe das trevas a mente fragilizada pelo domínio de poucos, uma pequena massa que conduzia a sociedade da forma que julgava necessário, o que os distinguia era o seu nível de conhecimento, vimos ainda que alguns dos homens estiveram a frente de seu tempo a citar Leonardo D’Vinci, Aristóteles, Platão, entre muitos outros que marcaram sua passagem na história da iluminação, grandes ordens foram fundamentadas com esta linha de pensamento, que ostenta a iluminação como filosofia, com ideal para a busca do conhecimento, na constante busca da iluminação, a sabedoria e mais ainda a verdade, Agostinho de Hipona passou por diversas experiências filosóficas, desde seu materialismo racionalista, passando pelo ceticismo, até sua substituição por uma concepção espiritualista indo em favor a busca pelo conhecimento constante e mutável, construindo assim suas concepções de consciência madura e sabia.
A iluminação vem do divino, não se concebe outra forma de se explicar toda a existência e evolução sem credibilizar uma força maior a que se atribui como divindade. Os que as culturas por si tratam de caracterizar de acordo com cada necessidade, ao que se percebe o mal não é uma realidade, é um juízo e uma ação errônea por ignorância. A partir daí, Agostinho verificou que todas as coisas são boas, porque são obras de Deus e que o Mal é culpa da forma como utilizamos o livre arbítrio. Então se passou a perceber que a iluminação vem do divino detentor do saber. Como reconhecer o Bem e a felicidade? Agostinho constatou, pois, que a felicidade somente se encontra em Deus, o Bem Supremo, e que nós temos esse conhecimento em nosso íntimo, de forma confusa. A compreensão e dádiva da iluminação e do divino.
A iluminação é mais do que luz é revelação. É o instante em que o véu da ignorância se desfaz e a verdade, antes oculta, se revela com clareza quase divina. Não se trata apenas de compreender o mundo, mas de enxergar a si mesmo com olhos que nunca antes haviam se aberto. Na tradição espiritual, a iluminação é o ápice da jornada interior. Buda alcançou-a sob a figueira, Cristo a encarnou em sua entrega, e tantos outros sábios a buscaram em silêncio, longe do ruído do mundo. Mas ela não pertence apenas aos místicos. Cada pessoa, em algum momento da vida, experimenta lampejos de lucidez — quando tudo faz sentido, mesmo que por um breve segundo.
Iluminar-se é confrontar a escuridão interna: medos, traumas, ilusões. É aceitar que a luz não chega sem sombra, e que o caminho exige coragem para olhar para dentro. Não é um estado permanente, mas uma conquista diária — feita de escolhas conscientes, de presença, de amor. No mundo moderno, onde a velocidade cega e o excesso confunde, buscar a iluminação é um ato de resistência. É desacelerar para sentir, silenciar para ouvir, desapegar para ser. É entender que o brilho verdadeiro não vem de fora, mas nasce no íntimo, quando a alma se alinha com sua essência.
A iluminação não é o fim — é o começo. O início de uma vida mais autêntica, mais leve, mais conectada. E talvez, no fundo, seja isso que todos buscamos: não apenas ver a luz, mas ser a luz.
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Darkio Douglas Fazolo é Professor de História, Filosofia, Sociologia, Pedagogia e Biologia, Publicitário e Especialista em Gestão Educacional, Educação Especial e Inclusiva, História e Cultura Afro-Brasileira, Filosofia e Sociologia e Especialista em TIC’s EB e História e Cultura do Brasil contemporâneo e Especialista em Maçonologia - História e Filosofia. Micro empresário do ramo da comunicação com a empresa Ideativa Comunicação. Membro Mestre Instalado e ativo da Loja Maçônica Templários do Caparaó nº 92 Or. de Ibatiba/ES da GLMEES e Membro Efetivo da Academia Maçônica de Letras do Leste de Minas-AMLM. Alquimista Perpetuo e Grão Arquemeistre do SSCU AMOA - Ordem dos Alquimistas, Cavaleiro e Acadêmico na SCOOIB.


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